Você é um empreendedor nato, conhece bem a sua área de atuação, entende do mercado, mas quando o assunto é gestão financeira, especialmente termos como capital de giro e capital social, as dúvidas aparecem?
Muitas vezes, por não ter familiaridade com as particularidades, como documentação ou números, os empresários acabam cometendo erros. E isso pode custar caro à saúde do seu negócio.
Mas, calma! Neste artigo, você vai entender a diferença entre esses dois conceitos fundamentais para a gestão de qualquer negócio: o capital social e o capital de giro. Vamos começar pela base de tudo: o capital social, definido no momento da abertura da empresa.
Afinal, o que é capital social?
Todas as empresas têm um capital social, inclusive os microempreendedores individuais (MEI’s). Esse valor representa o investimento inicial necessário para iniciar as atividades do negócio.
No caso de empresas com mais de um sócio, o capital social corresponde à soma dos valores investidos por cada um. Investimentos como dinheiro, imóveis, equipamentos ou veículos também compõem o capital social e devem ser devidamente registrados.
Um ponto importante a ser levado em conta nesse momento é que todo investimento feito por cada sócio, inicialmente, representará sua porcentagem na participação da sociedade. Ou seja, se você abre um negócio sozinho, 100% do capital social é seu.
Por outro lado, se sua empresa tem sócios e cada um investiu valores diferentes, essa porcentagem será proporcional a esse valor. Deu para entender?
Se Maria investiu R$ 20 mil e Luana investiu R$ 80 mil, o valor total do capital social é de R$ 100 mil. Nesse caso, Maria tem participação de 20%, enquanto Luana, 80% na sociedade.
Como você já deve ter entendido, o capital social corresponde ao montante inicial de investimentos de uma empresa. Agora, antes de aprofundar no funcionamento do capital de giro, é importante entender como ele se diferencia do capital social — outro conceito fundamental para a saúde financeira da sua empresa.
Entenda a diferença entre capital social e capital de giro
Antes de aprofundar no funcionamento do capital de giro, é importante entender como ele se diferencia do capital social — outro conceito fundamental para a saúde financeira da sua empresa.
Muitas pessoas confundem esses termos, mas eles têm funções distintas dentro do negócio. Saber a diferença entre eles vai ajudar você a tomar decisões mais acertadas, seja no momento de abrir a empresa ou na gestão do dia a dia.
Destacamos as principais diferenças entre capital social e capital de giro para que você tenha clareza sobre o papel de cada um!
1. Natureza
- Capital social é o investimento inicial dos sócios na empresa.
- Capital de giro é o dinheiro usado para as operações do dia a dia.
2. Função
- Capital social formaliza a participação dos sócios e estrutura o negócio.
- Capital de giro mantém o funcionamento financeiro diário da empresa.
3. Momento de uso
- Capital social é definido na abertura da empresa.
- Capital de giro é utilizado continuamente durante as atividades.
4. Composição
- Capital social pode incluir dinheiro, bens móveis e imóveis.
- Capital de giro é composto por dinheiro em caixa, bancos e contas a receber.
5. Gestão
- Capital social costuma ser fixo e raramente alterado.
- Capital de giro exige controle constante para equilibrar entradas e saídas.
6. Impacto
- Capital social determina a participação societária e patrimônio inicial.
- Capital de giro influencia a liquidez e a capacidade operacional diária.
E o que é capital de giro?
Abrir uma empresa e fazer o investimento dar certo é o maior desafio dos empresários e empresárias ao redor do mundo. E o mais importante: é preciso ter e fazer dinheiro para garantir que o seu negócio siga com uma vida financeira saudável.
O capital de giro é justamente o que garante a manutenção das operações e a circulação de recursos dentro da empresa. É ele que permite investir em estoque, adquirir matérias-primas, realizar serviços, pagar impostos, salários e ainda lidar com despesas inesperadas que podem surgir a qualquer momento.
A utilização do termo “giro” traz justamente a ideia de ciclo, ou seja, corresponde à movimentação do capital da sua empresa. Todos os custos e despesas de um negócio são pagos pelo capital de giro.
Por que o capital de giro é tão importante para o seu negócio?
O sucesso do seu negócio depende diretamente de um capital de giro bem estruturado. É ele que garante o pagamento de despesas, salários, fornecedores e outras obrigações do dia a dia, permitindo que a empresa funcione com estabilidade.
Nessa movimentação, é importante entender que existem dois tipos de recursos no caixa da empresa: os que entram — chamados de ativos — e os que saem — conhecidos como passivos. Ter em mente que você precisa equilibrar os ativos e passivos fará toda diferença na sua gestão.
Sem um capital de giro adequado, a empresa pode ter dificuldades para cumprir suas obrigações no prazo e até correr o risco de interromper as atividades.
Quais são os tipos de capital de giro?
Você já sabe que o capital de giro é essencial para manter o funcionamento da sua empresa. Mas o que muita gente não sabe é que existem diferentes tipos de capital de giro, dependendo da origem dos recursos e da forma como eles são utilizados.
Conhecer essas variações pode ajudar você a planejar melhor as finanças do seu negócio!
1. Capital de giro bruto
É o valor total dos ativos circulantes da empresa. Ou seja, tudo o que está disponível ou que a empresa tem a receber no curto prazo: dinheiro em caixa, contas a receber, estoques, entre outros.
2. Capital de giro líquido
É o mais usado na prática. Representa a diferença entre os ativos circulantes e os passivos circulantes. Quando o resultado é positivo, significa que a empresa tem recursos para cobrir suas obrigações de curto prazo.
3. Capital de giro próprio
É o capital gerado pela própria empresa, seja por meio do lucro reinvestido, pela venda de ativos ou por aportes feitos pelos sócios. Ter capital próprio reduz a dependência de financiamentos e dá mais autonomia à gestão.
4. Capital de giro de terceiros
É o capital obtido por meio de fontes externas, como empréstimos, financiamentos ou adiantamento de recebíveis. Embora ajude em momentos de necessidade, é preciso ficar atento aos juros e prazos envolvidos.
5. Capital de giro permanente
É o valor mínimo de capital de giro que a empresa precisa manter constantemente para continuar operando sem correr riscos. Geralmente é identificado após algum tempo de funcionamento, quando já é possível ter uma média das despesas fixas e sazonais.
Entender esses tipos ajuda você a identificar de onde vêm os recursos da empresa, como estão sendo utilizados e o que pode ser ajustado para melhorar o controle financeiro. Afinal, mais do que saber o que é capital de giro, é preciso saber como gerenciar bem cada tipo dele.
Por isso, esteja atento(a) a toda movimentação do caixa, nada pode passar despercebido. E aqui vai uma recomendação importante: você precisa saber qual o valor ideal de capital de giro para o seu negócio. Já pensou sobre isso?
E como fazer este cálculo?
Lembra que falamos sobre ativos e passivos? Vamos precisar deles para calcular o capital de giro da sua empresa e você verá como é simples.
O capital de giro é a diferença entre os ativos circulantes — que nada mais são do que o dinheiro que seu negócio possui em caixa, no banco ou para receber dos clientes — e os passivos circulantes — que são as contas a pagar, despesas e custos do dia a dia.
Ah, não esqueça que no mundo dos negócios organização é tudo! Anote todos os gastos da sua empresa, contas fixas, impostos, equipamentos, manutenções, estoque. Até os imprevistos devem ser registrados.
Se, após o pagamento de todos esses custos o valor final for positivo, comemore! Sua empresa está conseguindo arcar com as contas e tendo lucros. Mas, se por acaso o valor final for negativo ou a margem de lucro pequena, você precisa entender a situação e reverter esse quadro!

5 estratégias para fortalecer o capital de giro da sua empresa
No final das contas, o valor final do seu capital de giro ficou abaixo do esperado ou deu negativo? Mantenha a calma! Separamos algumas dicas para você administrar essa situação:
1. Diminua as despesas
Pare e avalie todas as suas contas fixas e variáveis, assim você poderá entender como está o fluxo de caixa do seu negócio e como pode melhorá-lo. Corte despesas extras desnecessárias, entenda que esse momento de crise vai passar, mas você precisará abdicar de algumas coisas.
2. Tenha controle do seu fluxo de caixa
Inspecione todas as entradas e saídas do caixa. Procure criar planejamentos: planilhas de entrada e saída podem ajudar e muito a ter esse controle em mãos. Arquive corretamente os seus documentos, invista em tecnologia e, de preferência, procure uma empresa ou profissional da contabilidade para te auxiliar.
3. Controle seu estoque
Ter estoque acima do necessário pode causar prejuízos para a sua empresa. Isso acontece porque o dinheiro investido em mercadorias em excesso poderia estar sendo usado para pagar as contas fixas.
Além disso, produtos parados por muito tempo correm o risco de perder valor. Por isso, o ideal é manter o estoque sempre equilibrado.
4. Negocie sempre
Se a situação apertou, negocie! Entre em contato com seus fornecedores e tente diminuir os valores, negociar pagamentos, etc. Se você tem uma boa relação com eles, faz os pagamentos em dia, certamente irão entender o momento de crise que você atravessa e fazer um acordo.
5. Reduza os prazos de recebimento
Quanto maior for o prazo dado aos clientes para pagamento, maior será a necessidade de manter o capital de giro. Com o aumento dos prazos, você demora mais a receber e continua tendo que arcar com suas contas fixas e despesas extras. Dessa forma, a melhor saída é incentivar o pagamento à vista ou no cartão de crédito.
Conclusão
Todas essas dicas são muito importantes em momentos de crise, mas também podem ser uma ótima opção para manter o capital de giro positivo constantemente.
Lembre-se: entender esses conceitos é o primeiro passo para reconhecer a importância de contar com o apoio de uma empresa especializada. Assim, você pode focar no que realmente importa — o crescimento e o sucesso do seu negócio.
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Perguntas frequentes sobre capital social e capital de giro
O capital social pode ser alterado depois da abertura da empresa?
Sim! Mesmo após a constituição da empresa, é possível aumentar ou reduzir o capital social, desde que todas as alterações sejam registradas na Junta Comercial. Isso é comum quando os sócios decidem injetar novos recursos ou quando há necessidade de reformulação societária.
É obrigatório ter capital de giro reservado para os primeiros meses?
Não há obrigação legal, mas é altamente recomendável criar uma reserva de capital de giro equivalente a cerca de seis meses de despesas fixas, para garantir operação estável mesmo em períodos de baixa no faturamento.
Pode-se usar capital social para cobrir capital de giro?
Sim, parte do capital social pode ser inicialmente usada como capital de giro. No entanto, isso deve ser feito com cuidado, pois o capital social tem função patrimonial e futura necessidade de integralização ou manutenção de estrutura.
O que é capital de giro nulo e isso é problemático?
Capital de giro nulo acontece quando os ativos circulantes são iguais aos passivos (resultado zero). Essa situação indica que a empresa não tem nenhuma folga financeira: pode funcionar, mas fica vulnerável a imprevistos.