Os condomínios têm se tornado cada vez mais populares no Brasil, seja de casas ou apartamentos, pois dão, entre outras coisas aos seus moradores uma maior sensação de segurança. Com isso, gera a circulação de muitas pessoas e consequentemente muito dinheiro todo ano.
Para administrar todo o condomínio é necessário um síndico, um profissional que será remunerado a partir das taxas condominiais. Sendo esta taxa uma contribuição obrigatória para os condôminos, onde quem quer que compre, ou alugue, um imóvel deve pagar a taxa, onde não pode ser afetada por crises econômicas.
A Associação Brasileira de Síndicos e Síndicos Profissionais (ABRASSP), é a organização que auxilia na integração dos síndicos, assim como seu desenvolvimento, estima que cerca de 165 bilhões de reais estejam circulando pelos condomínios anualmente.
Assim, temos uma profissão que apresenta um ótimo potencial de crescimento, além de proporcionar uma boa flexibilidade para o profissional. Onde esta profissão não exige um trabalho de 8 horas diárias em um escritório, sendo comum que síndicos trabalhem em mais de um condomínio sem precisar nem mesmo sair de casa todos os dias.
No entanto, ainda há muitas dúvidas sobre a profissão, para isto, criamos essa publicação para que se possa saber o que eles realmente fazem e quais suas responsabilidades.
O que é e o que fazem os síndicos profissionais
O trabalho de gestão do condomínio, por meio do síndico, já é conhecido pela maior parte da população, no entanto, é comum se observar o trabalho de síndicos-moradores, que gerenciam os prédios em que vivem.
Pela grande quantidade de síndicos-moradores, é muito comum acreditar que para ser síndico é necessário ser morador. No entanto, a lei brasileira permite que o síndico seja um não morador do prédio, assim surge a possibilidade dos Síndicos Profissionais.
Onde sua presença na administração dos condomínios foi estabelecida na revisão do Código Civil feita em 2002, na lei 10.406/02. Que incluiu a possibilidade de síndicos profissionais, onde antes era permitido apenas a síndicos-moradores.
Os síndicos profissionais, não necessariamente, precisam viver no condomínio, mas possuem um treinamento para o exercício da atividade, envolvendo questões jurídicas, técnicas, de gestão de pessoas, entre outras, o que não é comum que ocorra para síndicos-moradores.
Ao contratar um síndico profissional, é esperado que ele cumpra uma série de tarefas que são parte da gestão do condomínio. As suas atividades e obrigações estão previstas em lei, onde há aquelas que são comuns de todos e aquelas que dependem da configuração do condomínio.
O trabalho dos síndicos profissionais, de modo geral, se divide em visita e planejamento. Onde as visitas devem ocorrer semanalmente, do modo em que for acordado na contratação, onde o síndico profissional irá conversar com a equipe do condomínio, moradores e visitar os espaços do condomínio, conhecendo a realidade do condomínio.
Após esse contato é o momento de planejamento, onde esses podem ser feitos no escritório ou na própria casa do profissional. É nesta etapa que os síndicos profissionais irão procurar soluções para os problemas encontrados e pensar em melhorias para a comunidade.
Devido às facilidades que a tecnologia nos trouxe, grande parte desse trabalho é feito de forma remota. Assim muitos síndicos são responsáveis por mais de um condomínio, já que eles podem trabalhar sem precisar estar lá fisicamente nas dependências do condomínio.
O contato com a equipe do condomínio, os moradores e fornecedores pode ocorrer de qualquer lugar. Deste modo, as visitas são feitas, geralmente, em casos específicos, como para fiscalizar obras ou analisar melhor problemas.
Essa redução na necessidade da presença física do síndico no condomínio garante-lhe uma maior flexibilidade ao síndico profissional, que poderá então ajustar seu trabalho de acordo com a sua própria agenda de trabalho.
São responsabilidade dos síndicos profissionais:
- Administrar o condomínio;
- Cuidar e gerenciar os fundos de reserva;
- Lidar com as demandas dos moradores e mediar os conflitos;
- Organização do cronograma de obras e manutenções;
- Fiscalizar a inadimplência e as ações judiciais do condomínio;
- Organizar as reuniões de assembleias e garantir a notificação dos moradores;
- Coordenar as equipes de funcionários contratados e terceirizados;
- Garantir a organização e preservação das áreas comuns do condomínio, como salão de festas, piscinas e playgrounds.
Mas qual suas competências por lei?
Como já foi dito, a profissão de síndico profissional é regida por lei, e no artigo 1.348 do Código Civil Brasileiro são definidas as suas competências. São elas:
- Convocar as assembleias dos condomínios;
- Representar de forma ativa e passivamente o condomínio, praticando, em juízo ou fora dele, os atos necessários à defesa dos interesses comuns;
- Cumprir e fazer cumprir as convenções, o regimento interno e as determinações das assembleias;
- Diligenciar a conservação e guarda das partes comuns e zelar pela prestação dos serviços que interessem aos possuidores;
- Elaborar o orçamento da receita e da despesa relativa a cada ano;
- Prestar contas à assembleia, anualmente e sempre que for exigido.
Qual a formação necessária para um síndico profissional
Por não ser uma atividade regulamentada, o papel de um síndico profissional pode ser desempenhado por qualquer profissional. No entanto, geralmente, se opta por interessados que já realizaram cursos específicos para o assunto, ou pessoas que já possuem uma boa experiência na área e no setor.
Mesmo com a possibilidade de ser desempenhada por qualquer profissional, para desempenhar as tarefas de síndicos profissionais tem se tornado cada vez mais necessário uma especialização do profissional.
Assim, os profissionais com interesse pela área tem se munido de cursos que irão capacitá-los para que possam desempenhar as atividades com ainda mais eficiência. Em consequência do surgimento desses cursos de especialização, os condomínios estão buscando aqueles profissionais mais qualificados, onde mesmo que não seja obrigatório, a capacitação se torna um grande diferencial entre os candidatos.
Importância do síndico profissional
Claro que ainda há diversas situações em que adotar um síndico-morador é muito mais vantajoso para o condomínio, principalmente aqueles condomínios menores.
Aqueles em que há uma arrecadação baixa pelas taxas de condomínio, geralmente, optam por um síndico-morador em que se terá como remuneração a isenção da taxa de condomínio ou um valor simbólico, além de ter uma maior familiaridade com o condomínio.
No entanto, por ter toda uma formação mais profissional, com conhecimentos técnicos, jurídicos e administrativos, o síndico profissional é muito recomendado, principalmente para condomínios grandes e com várias torres, diversas áreas comuns.
Portanto, ao se optar pelo síndico profissional, se tem algumas vantagens, como um profissional que irá se dedicar a cuidar das questões do condomínio, geralmente com as habilidades necessárias para cumprir a sua função. Possuindo uma relação imparcial com os condôminos, de modo que facilitará na hora de cobranças e sanções.
Conclusão
Por fim, temos que o síndico profissional tem se mostrado como uma profissão que tem crescido no mercado. Devido às habilidades necessárias para um bom desempenho das atividades referentes ao cargo, tem se exigido uma capacitação cada dia mais qualificada e preparada para os desafios da função.
Já que o síndico estará sendo responsável pela gestão financeira e administrativa do condomínio, o profissional deverá ter pleno conhecimento e experiência na área.
De modo que a gestão de pessoas, de conflitos e do financeiro do condomínio estão sob a tutela do síndico. Portanto, é de grande importância que antes de se contratar os síndicos profissionais, se tenha certeza das suas competências, verificando os conhecimentos e experiências do candidato na gestão de um grande empreendimento como um condomínio.